"O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem." (Rubem Alves)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A TRAGÉDIA NOSSA DE CADA DIA


A violência é um componente da vida social brasileira. Sabemos disso há bastante tempo. Porém, cada pesquisa é um escândalo. Acaba de sair do forno o Mapa da Violência 2011. Vejam esse número assustador: em 2008, 50.113 brasileiros foram assassinados. “Isso representa 137 vítimas diárias, número maior que um massacre de Carandiru a cada dia do ano. Na década analisada (1998-2008), morreram, no Brasil, exatamente 521.822 mil pessoas vítimas de homicídio, quantitativo que excede, largamente, o número de mortes da maioria dos conflitos armados registrados no mundo”. O que já é muito ruim fica bem pior quando somamos a quantidade de homicídios com o total de mortos no trânsito (que também é violência). Em 2008, 39.211 cidadãos morreram vítimas da barbárie no trânsito. Na década (2008-2009), o total de mortos nas ruas e estradas brasileiras foi de 375.804. Assim, chegamos ao número de 897.626 mortos em uma década. Ou seja, uma média de 246 mortos diariamente por homicídio ou por acidentes de trânsito. Será que alguma guerra civil na história alcançou um número tão absurdo como esse? Improvável.

CRESCEMOS, PORÉM MATAMOS MAIS

E o Ceará? Ao longo dos últimos dez anos, os índices de violência no Estado só pioraram - atentem que, nesse mesmo período, as circunstâncias econômicas do Estado só melhoraram. O fato é que nada mais, nada menos que 2.031 pessoas foram assassinadas no Ceará em 2008 (é muito provável que os totais de 2009 e 2010 sejam ainda maiores). Na década estudada, o total de pessoas assassinadas no Ceará chegou a 16.607. Vejam como o Ceará vem ficando mais e mais violento: em 1998, o número de homicídios durante o ano foi de 941. Em 2008, passou para 2.031 assassinatos. Uma variação de 115,8%. A taxa de homicídios era de 13,7 em 1998 e passou para 24,0 em 2008. Notem que a ONU considera “aceitável” uma taxa de 10 para 100 mil habitantes. Regredimos muito. Ao contrário de quase todo o resto do País, São Paulo diminuiu significativamente os seus índices. Saiu de um índice de 39,7 em 1998 para os 14,9 de 2008. Uma queda de 62,4% na taxa de homicídios. Certamente, é sinal de políticas públicas corretas no combate à violência. Então, devemos olhar para lá.

DEZ MORTOS POR DIA

Vejam: se 2.031 pessoas foram assassinadas em 2008 no Ceará, chega-se ao absurdo número de mais de cinco assassinatos por dia. Um escândalo. Nos dez anos, a média é superior a quatro homicídios diários. Agora, vamos ao trânsito. Em nosso Estado, morreram 16.614 pessoas entre 1998 e 2008. Bingo!!! É um número de vítimas praticamente igual ao número de homicídios no mesmo período. Ou seja, mais de quatro mortos por dia. Juntando-se os dois números, chegamos a impressionante marca de 33.221 mortos no trânsito e por homicídio no período estudado. Ou seja, temos nove defuntos por dia fruto da violência. Levando-se em conta só o ano de 2008, o resultado é ainda mais alarmante. Vejam a soma: 2.031 assassinados mais 1.756 vítimas de atropelamentos/ acidentes de trânsito é igual a 3.787 mortos. Portanto, chega-se a uma média de 10 mortos a cada santo dia. Uma aposta: a maioria dos mortos do trânsito estava montada em motocicletas.

DERROTADOS E FRACASSADOS

Os números traduzem, sem dúvida, uma tragédia. Os prejuízos materiais, pessoais, familiares, sociais e financeiros desse absurdo parecem não causar indignação. A vida se tornou algo banal. Por uns trocados, contrata-se um assassino. Nos volantes, os facínoras e irresponsáveis pagam com suas vidas e a dos outros. Viver em meio a isso tudo virou um drama. As pessoas se escondem. Sair de casa virou um desafio. Cidadãos assustados, atormentados. A qualidade de vida desmoronou. Quem sai do País em visita a outras terras onde a violência é algo residual volta com a sensação de fracasso e derrota.

Fonte: JORNAL O POVO, coluna "POLÍTICA", do jornalista Fábio Campos, edição de 25.02.2011, acesso em 25.02.2011, disponível em: http://www.opovo.com.br/app/colunas/politica/2011/02/25/noticiapolitica,2107043/a-tragedia-nossa-de-cada-dia.shtml

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

PROPORCIONALMENTE, ACARAÚ E BARBALHA TÊM O TRÂNSITO MAIS VIOLENTO DO PAÍS


Não foi apenas pela quantidade de homicídios que o Nordeste ganhou um perfil mais violento. As duas cidades com mais acidentes de trânsito do País, tanto entre jovens quanto na população em geral, são Acaraú, cidade de 10 mil habitantes, e Barbalha, com 52 mil habitantes, ambas no litoral do Ceará.

Dos cinco Estados em que o número de mortes no trânsito em geral (população jovem e não-jovem) aumentou mais de 100%, quatro estão no Nordeste: Maranhão, Paraíba, Piauí e Sergipe. O quinto é o Tocantins.

Entre os jovens, o Nordeste concentra cinco dos seis Estados com mais mortes. Além dos quatro já citados, a Bahia também está entre os que a morte de jovens cresceu mais de 100%.

Seis Estados apresentam aumento superior a 100% no número de mortes por acidentes de transporte entre jovens. Cinco deles no Nordeste: Bahia, Maranhão, Paraíba, Piauí (219,7%) , Sergipe. O outro é o Acre: com 123,1%.

A taxa de óbitos por acidentes de transporte (entre população jovem e não-jovem) sofreu redução de 10,9% nas capitais do país. Mas a taxa de óbitos entre jovens nas capitais cresceu 4,3.%.

O maior risco de morte ocorre na faixa etária de 20 anos: 34,6 por 100 mil em 2008. O maior índice de aumento foi constatado entre jovens de 18 anos. Na década 98-2008, o aumento foi de 34,3%.

As cidades campeãs de mortes no trânsito: população em geral, Barbalha (CE), com 109 mortes, o que dá 207,6 mortes por 100 mil habitantes. Na população jovem é Acaraú (CE), com 280,3 por 100 mil.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR / BRASIL - 24.02.2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

UNIDADE DE TRÂNSITO DA POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DE PORTUGAL


A Unidade de Trânsito da Polícia de Segurança Publica de Portugal tem como objetivo disciplinar as atividades de trânsito dos grandes centros urbanos do país. Atuando fundamentalmente nas áreas urbanas as unidades de trânsito da PSP tem suas atividades semelhantes ás atividades realizadas pelo CET e pelo CPTRan da PM de São Paulo. Os guardas atuam na sinalização viária, atendimento de ocorrências e fiscalizações de trânsito, dentro da jurisdição urbana. Em relação às áreas rurais e às rodovias, a atuação é reservada à Guarda Nacional Republicana, órgão militar com atividades de polícia, exercendo, dentro de suas atribuições o policiamento rodoviário em Portugal.


História e estrutura da Polícia de Segurança Pública

A PSP tem origens antigas que remontam aos antigos Quadrilheiros da Idade Média, à Intendência-Geral da Polícia da Corte e do Reino (onde advém a Guarda Nacional Republicana), criada em 1780 e à Polícia Civil, criada em 1867, data esta considerada a oficial na fundação da PSP. Com o passar dos anos, a Polícia de Segurança sofreu diversas transformações estruturais até atingir o modelo de gestão atual, onde encontra-se presente em todos centros urbanos.
A organização da PSO não obedece um regime militar de fato, como a GNR, onde a hierarquia não adota as patentes militares, sendo dividida em Superintendente-chefe, Intendente, Subintendente, Comissário, Subcomissário, Chefe principal, Chefe, Agente principal e agente. Além das patentes acima, existem patentes específicas para os alunos da escola de polícia, considerados Aspirante a Oficial ou Cadete. Entre o armamento utilizado destacamos as Glocks, Sig Sauer e HK MP5. A PSP é subordinada ao Ministério da Administração Interna do governo de Portugal.


Atividades

Entre as diversas atividades desencadeadas pelos policiais da Unidade de Trânsito, destacamos o controle de velocidade por radar, fiscalização de veículos e condutores, controle de alcoolemia, bem como as fiscalizações diversas de segurança. E sobretudo, a PSP também atua no atendimento de acidentes de trânsito elaborando as ocorrências pertinentes ao sinistro. Atuam também na prevenção da criminalidade geral e organizada, prevenção do terrorismo e na garantia da segurança de pessoas e bens.

Fonte: MUNDO TRÂNSITO

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

PUBLICIDADE E A DEFESA DA VIDA, NELA INCLUÍDA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE - VÍDEO 1

Posto e deixo para as análises e os posicionamentos dos visitantes e/ou seguidores, dois vídeos publicitários do veículo FORD KA (versão antiga do referido automóvel). São vídeos bem curtos, todavia, com mensagem - de conteúdo semelhante - bem forte! Vale a pena assistir e refletir, de preferência compartilhando suas impressões no espaço destinado aos comentários.

Não custa lembrar que o artigo 1º, § 5º do Código de Trânsito Brasileiro evidencia o que se deve ter por verdadeiro princípio por ocasião do estudo do tema trânsito. In verbis:

"Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente".

De se atentar, ainda, que atualmente vigora a obrigatoriedade de veiculação de mensagens educativas de trânsito em publicidade de veículos, o que foi determinado pela Lei nº 12.006, de 29 de julho de 2009, que diz que “toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção, nos meios de comunicação social, de produto oriundo da indústria automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente, MENSAGEM EDUCATIVA DE TRÂNSITO a ser conjuntamente veiculada” (destaquei).

Essa lei foi regulamentada pela Resolução 351/2010 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), que estabelece procedimentos para veiculação de mensagens educativas nos veículos de comunicação, e ainda pela Portaria 470/2010 do DENATRAN. O desrespeito às regras poderá implicar em punição variando desde advertência, até suspensão da propaganda por 60 dias e multas que podem chegar a R$ 5 mil.

Por fim, de se fazer observar que as normas aqui mencionadas são posteriores à veiculação dessas mensagens que, a bem da verdade, nem sei se chegaram a ser exibidas na mídia brasileira (o que não invalida a oportunidade da discussão). Quais são, mesmo, na sua opinião, os principais recados e valores que as propagandas em evidência se propõem a repassar? São eles (vídeos) eficientes no que se refere a atingir esses objetivos por você identificados?

PUBLICIDADE E A DEFESA DA VIDA, NELA INCLUÍDA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE - VÍDEO 2

VÍDEO 2


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DIREÇÃO: CUIDADOS COM A POSTURA


Clique na imagem para ampliar

Especialistas explicam: a posição mais adequada para se dirigir, nem sempre, é a forma mais confortável


O uso do banco “deitado” e bastante afastado do volante pode causar danos à saúde do motorista. Profissionais do volante, que costumam dirigir o dia inteiro, devem ficar atentos às dicas - assim como os motoristas comuns.

Você sofre de dores no pescoço? Tem dores lombares? Tendinite no ombro? A causa de todos esses problemas pode estar dentro do seu carro.

A posição do banco do motorista tem que estar adequada para evitar riscos e danos à saúde. Nem sempre uma posição supostamente mais confortável é o ideal para dirigir.

“É muito comum o motorista sentir dores. É comum, principalmente, taxistas que passam o dia todo trabalhando”, ressalta o fisioterapeuta George Costa. O uso frequente do carro, sobretudo com o banco em posição incorreta, motiva as dores e pode causar lesões mais avançadas.

George explica a posição correta. Segundo ele, é necessário que a coluna lombar fique apoiada no encosto da poltrona. Além disso, diz o fisioterapeuta, os braços devem ficar flexionados em 30 graus, preservando assim uma distância entre o volante e o condutor.

Os membros inferiores também têm posição adequada. De acordo com George, a parte de trás do joelho deve ficar apoiada no assento - evitando assim que o motorista guie com os joelhos afastados do banco. Com esta posição, o motorista deve apertar o pedal da embreagem, para a troca de marchas, sem a necessidade de fazer força.

Um dos principais pontos a serem obedecidos pelo motorista é em relação à inclinação do banco. De acordo ainda com George, o banco deve ficar inclinado em pouco mais de 90 graus, evitando assim que o motorista guie “deitado” ou mesmo inclinado sobre o volante.

Parte dos profissionais do volante, como taxistas ou caminhoneiros, usa no banco do carro um acessório em forma de bolinhas de madeira ou os assentos magnéticos.

George Costa enfatiza que o equipamento pode ter efeitos positivos. “Aquilo ali pode de certa forma eliminar os pontos de pressão e relaxar a musculatura”, afirma.

Fonte: O POVO ON LINE, Acesso em 16.02.2011 (com pequena adaptação).

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

CARTEIRADA: OU O JÁ VELHO E BATIDO "VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO!?"


Não pretendia postar nada por hoje, todavia, a reportagem inserida neste post me chamou a atenção e me causou indignação. Não é admissível, penso eu, que no estágio atual da vida em sociedade, onde tanto se propala o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, tenhamos "autoridades" que ainda se consideram acima da própria lei.

Não vou me alongar comentando, deixando essa missão para os que visitarem o blog e lerem a presente postagem. Segue a notícia:

Juiz sem carteira prende agente

João Carlos de Souza Correa, da 1ª Vara de Búzios (RJ), deu voz de prisão, na madrugada de ontem, a uma agente de trânsito que trabalhava na operação lei seca, na Lagoa, Zona Sul da capital fluminense. O magistrado, que dirigia um veículo Land Rover preto, disse que foi desacatado ao ser parado na blitz pela agente Luciana Tamburini.

Correa passou no teste do bafômetro, mas estava sem carteira de habilitação e o carro sem placa. A funcionária constatou na nota fiscal do veículo que o prazo para o emplacamento já estava vencido e determinou que o carro fosse rebocado.

Segundo Luciana, o juiz disse que não sabia do prazo de 15 dias para o emplacamento e lhe deu voz de prisão quando questionou o fato de um magistrado “desconhecer a lei”. Policiais que trabalham na operação, Luciana e o magistrado foram para a 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon, também na Zona Sul. Ele no próprio carro, que estava retido.

Na delegacia, Correia declarou que não se negou a se submeter ao teste e que apresentou a documentação sem dificuldade. Já a agente afirmou que a prisão foi ilegal, pois estaria no exercício de sua função.

Ela destacou ainda que o magistrado cometeu outra infração ao retirar o carro do local e conduzi-lo até a delegacia. O caso foi registrado como desacato na DP. Mas Luciana disse que entrará com uma representação contra Correa por abuso de autoridade. (das agências)

Fonte: O POVO ON LINE, acesso em: 14/02/2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

ESPECIALISTA DÁ DICAS DE SEGURANÇA

Abaixo, vídeo do programa Manhã Maior da Rede TV, exibido na última sexta-feira, dia 11 de fevereiro, ocasião em que o Julyver Modesto de Araujo, Tenente da PMESP, concede entrevista à apresentadora Daniela Albuquerque e, representando o Comando de Policiamento de Trânsito daquele Estado, faz excelentes comentários sobre a segurança de motociclistas, com especial destaque para os profissionais motociclistas.

Julyver é hoje um dos mais renomados doutrinadores dessa especial área do Direito que é o Trânsito, com excelentes livros publicados, entre eles o Código de Trânsito Brasileiro Anotado - excepcional ferramenta para os que atuam na fiscalização -, além de ser Presidente da ABPTRAN (Associação Brasileira de Profissionais do Trânsito), da qual tenho orgulho de fazer parte.

Sugere-se, a propósito do tema abordado no vídeo, a leitura do Capítulo XIII-A do Código de Trânsito Brasileiro, que trata da atividade de moto-frete e foi incluído pela Lei nº 12.009/09, além das Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito nº 219/07 (em vigor) e 356/10 (que a substituirá a partir de agosto de 2011).

(agradecimentos à amiga Irene Rios - do blog: http://educacaoparaotransitocomqualidade.blogspot.com/ - pela ajuda na postagem do vídeo).

Fonte: http://www.redetv.com.br/Video.aspx?124,28,169863,Entretenimento,Manha-Maior,Policial-Militar-da-dicas-para-a-seguranca-dos-motociclistas - Acesso em 13/02/2011

SÉRIE CIRCULANDO - PARTE 1/10

 Acima, um dos vídeos educativos - apresentação da série - que o CESVI BRASIL  (www.cesvibrasil.com.br)  produziu em parceria com a Divisão de Marketing – CCS – USP e a TV USP. Trata-se de uma série sobre segurança viária produzida em linguagem bem interessante, que serve, inclusive, como um bom material de apoio aos educadores de trânsito. Cada pequeno vídeo é suficiente para ensejar uma boa discussão.

O objetivo da série é estimular o público a rever o próprio comportamento nas vias, fornecendo elementos - informações e recomendações – para que assuma menos riscos, proporcionando um trânsito mais seguro para todos.

Ao todo são dez programas que, gradativamente, iremos postando.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

EM 13 DIAS AMC REBOCA MAIS DE 100 VEÍCULOS POR INFRAÇÕES DE ESTACIONAMENTO



Após 13 dias, do seu inicio, a operação "Trânsito Livre" da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) já rebocou 102 veículos, uma média de cinco por dia, e 993 multas foram aplicadas. Mesmo com um número alto de flagrantes os agentes da Autarquia não observaram diminuição no número de carros e motos estacionados irregularmente.

"Nesta semana, a operação visitou todos os pontos, por onde o reboque passa, pela segunda vez e notamos que ainda não houve impacto sobre a população", explicou o gerente operacional da AMC, Disraelli Brasil.

Ele disse que um dos principais motivos para a falta de mudança na atitude dos motoristas é porque a grande maioria dos locais, por onde a operação passa, é corredor onde existe muito comércio e por isso as pessoas que passam no local, hoje, não são as mesmas que vão transitar em outros dias.

O único momento em que os agentes da Autarquia perceberam um movimento, dos motoristas, para retirar os veículos estacionados de forma irregular é quando o reboque chega nas ruas ou avenidas e vários motoristas correm para não ter o seu carro levado pela AMC, explicou Brasil.

Segundo o gerente operacional, o período de chuvas junto com o grande número de obras na cidade já prejudicam o trafego, ao adicionar os carros estacionados em local proibido o problema acaba ficando cada vez maior. "Estamos desobstruindo as vias de Fortaleza para não prejudicar o trânsito".

Brasil afirmou que a população está aceitando bem a operação "Trânsito Livre" pois sabem que vai trazer resultados positivos para todos e por isso espera, que a partir de agora, as pessoas já pensem melhor antes de parar em local errado.

Dois reboques estão sendo utilizados pela Autarquia para o cumprimento do artigo 181 do Código de Trânsito Brasileiro (CBT), o qual prevê aplicação de multa e remoção do veículo. Com a operação trânsito livre, a AMC objetiva reduzir quantidade de infrações.

Os reboques levarão os veículos até a sede do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), onde o infrator terá até 48 horas para conseguir recuperar o seu automóvel. Além disso, será cobrada uma multa de R$ 84,13 e o motorista também vai perder quatro pontos na Nacional de Habilitação (CNH).

Após esse período será cobrada uma "taxa de estadia" caso o condutor não procure o carro no Detran. Se em 90 dias o proprietário ainda não tiver recuperado o veículo, este poderá ser leiloado.

Em 2010, o artigo 181 foi o campeão de infrações, de acordo com dados da AMC. A soma das infrações cometidas em desacordo com os 19 itens que compõe o artigo resultou na aplicação de 75.954 multas.

"Os carros parados em local irregular atrapalham muito o trânsito que já é ruim. A AMC está certíssima em realizar essa operação", afirmou o empresário Evaldo Pires.

Ele comentou que os cearenses costumam ser mal educados quando estão ao volante e por isso existam tantos carros rebocados em pouco tempo. "Infelizmente, hoje, é preciso uma reeducação nos velhos, novos e futuros motoristas de nossa cidade antes que fique impossível transitar", completou.

Fonte: DN, 10.02.2011 (com pequenas alterações)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SEM CAPACETE, SEM CINTO DE SEGURANÇA: NAS RUAS


A reportagem abaixo versa sobre situação que há muito observo nos bairros periféricos de Fortaleza. Retrata a realidade dos locais onde a fiscalização de trânsito inexiste e, nesse ponto, reproduz perfeitamente a realidade dos municípios interioranos nos quais os prefeitos são extremamente resistentes à ideia de cumprirem a legislação de trânsito, criando e colocando para funcionar os órgãos ou entidades executivos(as) municipais responsáveis pela gestão de uma atividade que impacta fortemente a vida de todos. Destaque-se, entretanto, que - especificamente no Ceará - dentre os municípios que formalmente já assumiram essa responsabilidade - aderindo ao que se convencionou chamar "municipalização" - grande parte não o fizeram, ainda, de fato. São estruturas que existem apenas no plano dos "projetos" ou, de forma mais clara, na prática não fiscalizam nada, são totalmente inoperantes! Sem entrar, aqui, no mérito das outras atividades que também competem aos órgãos e entidades municipais de trânsito.     

Regras básicas de trânsito são desobedecidas de forma flagrante em bairros da periferia de Fortaleza

O motorista do transporte escolar não usa cinto de segurança. A aluna e o instrutor da autoescola também não. Os vidros vão abertos, nem se preocupam em esconder que o uso de cinto de segurança por condutores e passageiros é exceção. O capacete encontra, no máximo, o cotovelo dos motoqueiros.
Em outra cena, ainda sobre duas rodas, os pais até se protegem. Mas penduram a criança pequena na frente da moto. A frequência do desrespeito com as regras de trânsito denuncia que os motoristas dos bairros periféricos de Fortaleza não estão muito preocupados com as ações de fiscalização ou com a própria segurança.
O POVO observou cruzamentos e avenidas movimentadas em quatro bairros: Barra do Ceará, José Walter, Conjunto Ceará e Siqueira. Cada um revelou uma especialidade: na Barra do Ceará, os motoristas sem capacete brotavam nos semáforos. Os atendimentos de acidentados com motos no Instituto Doutor José Frota (IJF) chegou a 2.311 de janeiro a outubro de 2010.
No Siqueira e no Conjunto Ceará, eram os motoristas sem cinto. Em cinco minutos de contagem no encontro da avenida A com a avenida Ministro Albuquerque Lino, a central do Conjunto Ceará, O POVO registrou 17 condutores sem o cinto de segurança, contra seis com cinto. Em nove casos não foi possível determinar se o motorista estava protegido, por causa do vidro fumê.
Os moradores atribuem o descuido quase generalizado à “falta de educação”. Mas há os que se queixam da fiscalização de trânsito, que prioriza outras regiões da cidade. O moto-taxista Francisco José Ferreira da Silva, 39, morador do Conjunto Ceará desde criança, diz que os motoristas podem até melhorar o comportamento. Basta chegarem às áreas onde os agentes de trânsito estão mais presentes, como Aldeota e Centro. “Nos bairros mais afastados, o motorista é menos cobrado, menos fiscalizado. Nos outros lugares, você vê mais viaturas da AMC e o cara não vai arriscar levar multa por causa de um cinto”.

Estacionamento

No Conjunto José Walter, o canteiro da avenida D é estacionamento de carros e motos. É a mesma avenida do Hospital Distrital Gonzaguinha e da Escola Municipal de Trânsito do bairro. “Quando a AMC passa, o pessoal avisa e a gente tira. Até hoje não vi quem tenha sido multado”, conta o vendedor Rodolfo Hara, 25. A moto dele faz fila com as outras, no canteiro. “É porque não tem outro lugar para colocar e ali é sombra”, justifica.
O presidente da AMC, Fernando Bezerra, reconhece que o efetivo de agentes de trânsito não alcança com trabalho preventivo todos os bairros com uma frequência desejável. “Temos rotas que percorrem os bairros, mas verdadeiramente não temos condições de estarmos corriqueiramente em todos. Nos mais afastados, os problemas de trânsito são muito pequenos se comparados com outras áreas, como na Aldeota, Centro, avenidas Bezerra de Menezes, Gomes de Matos”, defende.
Ele acredita que, este ano, a AMC fará novas contratações de agentes, impulsionadas pelas obras que continuarão a se multiplicar na cidade, implicando em mais desvios de tráfego. No momento, ele diz que a Prefeitura está investindo em fiscais de outras áreas, como de serviços urbanos.

Onde

ENTENDA A NOTÍCIA
Longe dos bairros onde há rmais fiscalização, até as infrações nas ruas são mais flagrantes. Parece que o motorista circula por duas cidades: a da periferia, onde pode relaxar do que diz a legislação, e a da Aldeota.

Fonte: O POVO online - 09.02.2011

Em tempo: convido os agentes de fiscalização que porventura acessarem o blog para, no espaço destinado aos comentários, realizarem o enquadramento legal (à luz do CTB) diante da foto que ilustra esta postagem. Pessoal do DMT de Quixadá, Deijanete (DMT Iguatu), Kelber, Joaquim Filho, Renata (AMTQ) etc: é com vocês!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

VENDA DE VEÍCULO: COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA EM CARTÓRIO


Vez por outra sou abordado por conhecidos ou amigos que comercializam seus veículos, não efetuam a devida transferência e, tempos depois, são surpreendidos por multas e até mesmo notificações policiais e/ou judiciais.

Desse modo, é bem vinda a iniciativa constante do artigo 16, da Lei Estadual nº 14.826/2010, que estabelece: “Ficam os cartórios de Títulos de documentos obrigados a registrar e informar eletronicamente operações de venda e compra ou qualquer forma de transferência de propriedade de veículos ao órgão de trânsito do Estado do Ceará”.

Isso significa o seguinte:

  • O DETRAN somente executará o procedimento de transferência de propriedade de veículos mediante a Comunicação Eletrônica de Venda, efetuada por Cartórios Oficiais do Estado do Ceará, cuja a identificação do proprietário deverá coincidir com a da Autorização Para Transferência de Propriedade de Veículo, objeto do respectivo CRV-Certificado de Registro de Veículo;
  • Quando ocorrer o reconhecimento de firma do vendedor do veículo, em outra unidade da Federação, será obrigatório o abono do sinal público do tabelião, em qualquer Cartório do Estado do Ceará;
  • O reconhecimento de firma do proprietário vendedor efetuado em qualquer Cartório do Estado do Ceará, será acatado sem a necessidade do abono do sinal público do tabelião;
  • Será de exclusiva competência do Cartório que procedeu o Comunicado Eletrônico de Venda, a retificação de dados quando da ocorrência de erro;
  • O DETRAN registrará o endereço do novo proprietário conforme comprovante apresentado, independente do constante do Comunicado Eletrônico;
  • Independentemente da existência de Comunicado Eletrônico de Venda, o atual proprietário do veículo poderá requerer diretamente junto ao DETRAN, 2ª via do CRV – Certificado de Registro de Veículo, sem a necessidade de solicitação do cancelamento do Comunicado de Venda executado pelo Cartório, atendida as formalidades exigidas para o procedimento;
  • Quando da emissão do Extrato de Pagamento da Taxa de transferência, a “data transferência”, para efeito de incidência ou não da multa prevista do Art.233 do CTB, será a da Comunicação Eletrônica de Venda;
  • Os Cartórios não executarão a Comunicação Eletrônica de Venda, nos seguintes casos:
- quando na Autorização de Transferência de Propriedade do Veículo/CRV, a data da venda for posterior a da Comunicação Eletrônica de Venda;
- quando houver no prontuário do veículo restrições administrativa, intransferibilidade judicial ou queixa de roubo;
- quando tratar-se de veículos leiloados especificamente por Órgão do Sistema Nacional de Trânsito, Órgãos Públicos, Poder Judiciário e também objeto de Ato de Destinação de Mercadoria da Receita Federal do Brasil;

  • As transferências de propriedade de veículos com datas de venda no período de 02.01.2011 a 31.01.2011, ESTARÃO ISENTAS da obrigatoriedade do registro do Comunicado de Venda Eletrônico do Cartório, desde que as respectivas transferências sejam processadas junto ao DETRAN, até 30 (trinta) dias após a data de venda;
  • As transferências de propriedade de veículos com datas de venda anteriores a 02.01.2011, obrigatoriamente, deverão ter seus registros de Comunicação de Venda Eletrônica processadas pelos respectivos Cartórios ou no CECAF- Centro Estadual de Contratos de Alienação Fiduciária/Instituto de Registro de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas do Ceará.
  • A competência de examinar a representação legal, nas transferências de veículos de propriedade de pessoas jurídicas, conforme parágrafos “5°” e “6°” do Art.698 do Provimento N° 01/2007 da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Ceará, será de inteira responsabilidade dos Cartórios que as registraram, não cabendo, portanto, ao DETRAN exigir a apresentação de Contratos Sociais e Aditivos.
 Fonte: elaborado sobre notícia veiculada no portal do DETRAN-CE

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"EU ME SINTO UM DAVI ENFRENTANDO O GOLIAS"


Daniel Fagner Rodrigues é um jovem universitário que enfrenta a cada dia batalhas de gigantes. “Eu me sinto um Davi enfrentando um Golias”, revela. E a voz não é de quem se assusta. Montado em sua cadeira de rodas motorizada, o jovem não se restringe às paredes de casa e quer atravessar o portão para ganhar o mundo. Pequenos limites para a maioria das pessoas, grandes barreiras para os cadeirantes. “Uma calçada desnivelada tira quase toda a minha vontade de andar por Fortaleza. Eu vou de teimoso”.

Propomos a Daniel acompanhá-lo em tarefas comuns. Pegar um ônibus até a Universidade Estadual do Ceará, na qual cursa Serviço Social e ir ao local onde estagia. Os obstáculos já começam da porta. Ele não consegue alcançar o trinco do portão do prédio e pede ajuda. “Isso aqui é muita humilhação. Não me sinto cidadão”, lamenta, de cabeça baixa. Logo virão outras barreiras. A calçada muito estreita e desnivelada tem um poste de iluminação bem no meio. O jovem precisa atravessá-lo pela pista, com o risco de atropelamento.

Vencidas as primeiras etapas, começa mais um desafio, aparentemente simples: aguardar a vinda de um ônibus adaptado. Chegamos à parada às 9h45min. E lá vem um Francisco Sá/Parangaba, em pouco mais de cinco minutos. Rápido até. O transporte, entretanto, não tem o elevador. Aguardamos o próximo.

O sol queima a cabeça de Daniel e faz o tempo ficar ainda mais devagar. Chega o próximo, o seguinte e o depois. Os sete primeiros ônibus sem adaptação. Daniel coloca um boné na cabeça ensopada de suor. Já são 10h45min e nada de transporte para cadeirantes. O rapaz pergunta a um dos motoristas qual o horário do veículo adaptado seguinte. “Onze e dez ele sai do fim da linha”, é a resposta.

Dois “Franciscos Sá” e 15 minutos depois, finalmente vem um veículo com adaptação. Uma hora e meia de espera. Subir no ônibus durou poucos segundos para a repórter e para o fotógrafo. Para Daniel, cerca de um minuto e meio. “Nem todo motorista está disposto a esperar esse tempo, mesmo que pequeno”, alega o rapaz. Disposto no lugar reservado para cadeirantes, o motorista dispara. Pela direção rápida, se mostrava atrasado.

Como qualquer pessoa, Daniel prima pela autonomia. “Mesmo sendo cadeirante. Eu poderia pegar algum ônibus sem elevador, mas acredito que isso gera muita dependência. Nem todo mundo está disposto a contribuir”, assegura por algumas experiências. Um colega na universidade, por exemplo, se recusou a ajudá-lo a subir na calçada sem rampa. “Disse que estava atrasado. Desde esse dia, evito ao máximo pedir ajuda”.

Da Uece, Daniel resolve pedir um carro adaptado, para se dirigir ao estágio. A fase foi a mais fácil. Sorte? Ele acredita que sim. Na segunda ligação a uma cooperativa de taxistas havia carros adaptados. O taxista avisa que há 40 carros daquele tipo na cidade. Mas nem todos aceitam transportar cadeirantes. E Daniel não perde o bom humor. “E é mais barato agora, é? Né não é a mesma tarifa, não? Olha que eu vou começar a pagar menos”.

O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A Lei Federal 10098/2004 determina que até 2014 toda a frota brasileira de transporte coletivo esteja adaptada para atender aos cadeirantes. A norma foi aprovada antes da decisão de que a copa de 2014 seria realizada no Brasil.

SAIBA MAIS

Em matérias publicadas dias 2 e 3 de dezembro, O POVO acompanhou as dificuldades da cadeirante Carlota Amália, 33, de se deslocar pelos órgãos públicos de Fortaleza devido à falta de acessibilidade.

Ônibus
O presidente da Etufor, Ademar Gondim afirma que o trabalho de adaptação dos ônibus em Fortaleza se intensificou a partir de outubro de 2008, quando todos os novos veículos traziam adaptações. Segundo ele, a meta é que toda a frota tenha elevadores até 2014.
Daniel Fagner Rodrigues foi diagnosticado com artrite reumatóide aos cinco anos. Aos nove, perdeu totalmente a mobilidade. Hoje a doença crônica está estagnada.

Para conseguir comprar a cadeira de rodas adaptada, Daniel organizou um bingo. O prêmio foi um aparelho celular, de modelo simples. O rapaz arrecadou com o bingo metade do valor da cadeira. O restante foi parcelado.

O apartamento onde Daniel vive com os pais e um irmão é alugado, por isso, a família acha que não vale a pena adaptá-lo.

Treze é o número de veículos na linha Francisco Sá/ Parangaba.

Dos 1.748 ônibus de Fortaleza, 528 possuem adaptações para cadeirantes. A meta é que cada um dos veículos que circulam por Fortaleza seja adaptados até 2014.

Fonte: O POVO ONLINE - 04.02.2011

CRESCE A OFERTA DE CARRO COMPARTILHADO ONDE O USUÁRIO PAGA APENAS TEMPO DE USO


Milhões de associados se utilizam de novo serviço de transporte nos Estados Unidos

A crise e a maior consciência ambiental abastecem nos EUA um novo negócio: o compartilhamento de carros, com serviços que funcionam como um clube no qual o associado paga apenas pelas horas em que efetivamente usou o veículo. Em dois anos, o mercado dobrou para, estima-se, 600 mil usuários. Diferentemente do aluguel tradicional, em que há tarifa diária, no compartilhamento o usuário paga para usar um dos carros do serviço uma anualidade ou mensalidade - neste último caso, há cota de horas embutida. Seguro e gasolina estão inclusos.

O público-chave para empresas como a Zipcar, que domina o setor e conta com mais de 500 mil associados e 8.000 veículos, é de universitários, jovens famílias e casais em grandes cidades, onde o transporte público é farto e a garagem é rara (e cara).Mas cada vez mais empresas e instituições adotam o serviço para substituir o "carro da firma". A prefeitura de Nova Iorque se somou em outubro aos 10 mil contratos do tipo da Zipcar e anunciou um acordo-piloto para poupar US$ 500 mil (R$ 843 mil) em quatro anos. Um estudo da consultoria britânica Frost & Sullivan citado pela revista Economist prevê que o mercado de compartilhamento movimentará US$ 6 bilhões (R$ 10,1 bilhões) e terá 10 milhões de usuários até 2016. Metade desse volume virá dos Estados Unidos.

De olho nesses números, a Hertz, líder no aluguel tradicional com a Avis, lançou em 2009 o Connect by Hertz, que segue o molde da Zipcar. Fabricantes também estão atentos: a alemã Daimler, que produz o Smart, lançou no fim de 2009 um serviço que oferece exclusivamente o carrinho, o "car2go". Por ora, além da Alemanha, opera apenas em Austin, Texas. Mas há planos de expansão. A empresa de Cambridge, na grande Boston (Massachusetts), tinha 42 carros quando surgiu, em 2000, inspirada em programas da Europa. Hoje, está em mais de 90 cidades dos EUA, em Londres, em Montreal e em Toronto.

O imediatismo e a hipermobilidade são uma das bases do serviço. Para alugar um carro, é possível reservá-lo on-line minutos antes do horário desejado - há aplicativos para BlackBerry e iPhone que permitem não só a reserva mas sua alteração. Os veículos ficam espalhados em estacionamentos de universidades, shoppings, empresas e até postos de gasolina, em vagas cativas.O usuário recebe um cartão ao se associar e o utiliza para destrancar os carros.
Custo para clientes começa em R$ 10,60 por hora

O preço do compartilhamento de carros varia segundo a cidade, mas começa em US$ 6,30 (R$ 10,60) a hora na Zipcar e US$ 7,65 (R$ 12,90) na Connect by Hertz. A inscrição é de US$ 25 (R$ 42,10) em ambas, e a anualidade mais barata custa US$ 60 (R$ 101,10) na primeira e US$ 50 (R$ 84,30) na segunda.A diária na locadora tradicional da Hertz, em cidades médias nos EUA, não sai por menos de US$ 70 (R$ 118,00) com seguro. A gasolina não é incluída, ao contrário do que ocorre no compartilhamento. Mas é com a indústria automotiva e não com as locadoras tradicionais, que a Zipcar quer concorrer. Um estudo feito em 2008 pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, indica que cada veículo compartilhado tira 15 carros da rua. Naquele ano, quando os usuários nos EUA somavam 300 mil, foram economizados 3,4 milhões de litros de gasolina e emitidas 11 mil toneladas de gás carbônico a menos.

O mesmo levantamento de Berkeley mostrou que os motoristas que optaram pelo compartilhamento gastaram 8% do que desembolsaram os proprietários de veículos com manutenção, garagem, seguro e gasolina. Em sua missão, a Zipcar cita "um futuro no qual o compartilhamento de carro supera, em número de adeptos, os proprietários de veículos nas grandes cidades". Os custos da operação, no entanto, são altos, e a Zipcar tem registrado prejuízo - embora o atribua, nos últimos dois anos, a custos operacionais de expansão, com a recente aquisição de companhias menores nos EUA e na Inglaterra. Neste ano, a empresa planeja fazer uma oferta pública inicial de ações.