"O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem." (Rubem Alves)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

AUTOMÓVEL, O CIGARRO DO FUTURO

Assim como cigarros, carros serão gradativamente proibidos nos locais públicos, usados eventualmente em viagens, mas impedidos de contaminar a vida humana


A questão real é esta: motorista, você não está no congestionamento, você é o congestionamento. Os carros são responsáveis por congestionamentos, essa é a conclusão do estudo Indicadores de Mobilidade Urbana, da Pnad, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Isso parece óbvio para você? E, de fato, é. Segundo o Ipea, mais da metade dos domicílios brasileiros já dispõe de pelo menos um veículo para atender os deslocamentos de seus moradores, com forte tendência de crescimento da posse desse bem verificada nos últimos anos, principalmente depois que o governo passou a incentivar a compra de automóveis.
Se, por um lado, isso indica que a população está tendo acesso a carros, por outro significa grandes desafios para as cidades e seus sistemas de mobilidade, com reflexos diretos sobre a degradação das condições de mobilidade de todos. Viu? É óbvio.
Se continuarmos incentivando a compra de veículos, cada vez mais domicílios terão acesso ao veículo privado, já que quase metade deles ainda não possui automóvel. Um dos grandes desafios das metrópoles brasileiras é atuar fortemente para reverter essa situação. E, para tanto, é necessário inicialmente reconhecermos o óbvio. Não dá para continuar simplesmente colocando mais carros nas ruas e achar que tudo se resume a novas obras de infraestrutura como a única solução.
Do contrário, novos viadutos serão apenas caminhos mais rápidos de se chegar a novos congestionamentos, deixando os motoristas e passageiros cada vez mais estressados. Transporte público de qualidade e eficiente, políticas públicas e ações de estímulo a pedestres e ciclistas, implantação de sistemas públicos de bicicletas compartilhadas, hoje já presentes em mais de 500 cidades ao redor do mundo, de Dubai ao Havaí, e, agora, em Salvador, também são apontados como importantes para tornar as cidades lugares melhores, como relatou a conceituada revista britânica The Economist:
“As comunidades que têm investido em projetos para pedestres e para bicicletas têm se beneficiado com a melhoria da qualidade de vida, população saudável, maiores valores imobiliários locais e redução da poluição atmosférica. Assim, como o transporte público de massa modificou o desenvolvimento dos subúrbios das cidades, o aluguel de bicicletas está moldando os centros urbanos de maneira sutil.”
No entanto, no Brasil, o governo tributa mais as bicicletas do que os carros. Estudo divulgado pela Tendências Consultoria, realizado para a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), mostra que o imposto que incide sobre as bicicletas no país é de 40,5%, em média, contra 32% dos tributos no preço final dos carros. A falta de incentivo fica clara na comparação do IPI: a alíquota do tributo federal é de 3,5% para carros populares, ante 10% para as bicicletas produzidas fora da Zona Franca de Manaus.
Com isso, o Brasil tem umas das bicicletas mais caras do mundo. Caso a situação atual não encontre novos rumos, estaremos muito perto de concretizar a profecia do urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba: “O carro é o cigarro do futuro”. Levando-se em conta a poluição proveniente dos veículos movidos a gasolina, óleo diesel e outros combustíveis, é inevitável a necessidade que países precisem adotar em futuro próximo medidas em favor da sustentabilidade também nessa área. Não há outra alternativa.
Assim como cigarros, os carros serão gradativamente proibidos nos locais públicos. Isto já acontece em várias cidades da Europa, Estados Unidos e Ásia, onde circular de carro pelo centro é um privilégio de poucos. O deslocamento diário será feito em um transporte público otimizado, seguro, e de qualidade. O automóvel será usado em viagens e para o lazer e não para ir e voltar todo o dia do trabalho.
Qualquer movimento diferente desse significa cidades caóticas, poluídas e cidadãos estressados e doentes. Mobilidade urbana no século 21 baseia-se no tripé infraestrutura, planejamento urbano e mudanças comportamentais, tanto dos gestores como dos usuários. É um esforço que depende do avanço dos “três pés” ao mesmo tempo.
Isaac Edington, Secretário do Escritório da Prefeitura de Salvador para Copa do Mundo e articulador do Movimento “Salvador Vai de Bike”.
Fonte: Portal A TARDE.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

DESIGNER CRIA BICICLETA-AMBULÂNCIA PARA AGILIZAR ATENDIMENTOS

O Salve Bike pretende tornar mais rápido o contato entre paramédicos e acidentados

Mesmo com suas escandalosas sirenes, as ambulâncias encontram muitas dificuldades para abrir espaços no trânsito das metrópoles brasileiras. Para dar uma opção mais ágil aos resgates, o designer de produtos Gabriel Delfino de Araújo desenvolveu uma bicicleta elétrica-ambulância: a Salve Bike.

O projeto foi seu trabalho de conclusão de curso, resultado de um ano de pesquisa em contato com bombeiros, paramédicos e funcionários de unidades de pronto atendimento. ”Minha ideia foi criar uma solução rápida, barata, ecologicamente correta, que pode tranquilamente usar os corredores entre os veículos ou até as ciclovias para chegar aos acidentados”, comenta Gabriel.
A Salve Bike pode ser uma boa solução para os atendimentos mais simples, que não envolvem o transporte do paciente. “O projeto pode ajudar no atendimento principalmente em curtas distâncias, em que o acidentado precisa urgentemente dos primeiros socorros”, afirma o designer.
Segundo Gabriel, uma ambulância equipada custa em média R$ 200 mil, enquanto uma bicicleta elétrica com equipamentos básicos de socorro, como desfibrilador, cilindro de oxigênio, talas, colete cervical, entre outros aparelhos, tem preço estimado em R$ 10 mil.
O designer vai agora levar seu projeto a órgãos públicos de atendimento, para tentar viabilizar seu uso.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

QUAL O IMPACTO QUE UMA BEBIDA PODE TER EM SUA BALADA À NOITE?

"Qual o impacto que uma bebida pode ter em seu programa/sua balada à noite?

Como uma bebida pode afetar sua balada/sua noite? Raciocine. Pense. Use a cabeça! Se beber, não dirija!

A partir das ponderações propostas no vídeo, que cada seguidor ou visitante do blog possa fazer sua própria reflexão e chegar às suas conclusões...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

FENASDETRAN PEDE FOTOS DE TRAGÉDIAS NOS RÓTULOS DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

Na sexta-feira (01/11) a FENASDETRAN encerrou o seu Congresso - do qual o autor deste blog participou como presidente de mesa -, com um pedido ao poder público para que determine a colocação de fotos de tragédias do trânsito nos rótulos de bebidas alcoólicas como já se faz com as fotos das tragédias causadas pelo cigarro.

Mário Conceição, presidente da FENASDETRAN – Federação Nacional de Associações de Detran, encerrou os trabalhos do 8º Congresso Brasileiro e 4º Internacional Trânsito e Vida agradecendo a todos que colaboraram para o sucesso do evento e sintetizando a “Carta de Salvador Trânsito e Vida 2013” com a exortação: “Gerar ações por parte dos órgãos públicos ligados ao trânsito objetivando salvar vidas”.

Os participantes do evento publicaram a “Carta de Salvador” que segue em resumo: “Gerar ações de cumprimento por parte dos órgãos públicos competentes ligados à questão do trânsito, objetivando salvar vidas.”

“Nós, especialistas, técnicos, agentes e administradores de trânsito, polícias rodoviárias federal e estadual, policiais militares e civis, representantes dos servidores de Detrans, Sest-Senat, engenheiros, advogados, psicólogos, membros do Ministério Público, pedagogos, médicos, juízes, centros de formações de condutores e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Participantes do VIII Congresso Brasileiro Trânsito e Vida - CBTV e do IV Congresso Internacional Trânsito e Vida - CITV, promovidos pela FENASDETRAN (Federação Nacional das Associações de DETRAN) reunidos na cidade de Salvador – Bahia, no período de 30/10 a 01/11/2013 com a temática “3º Ano da Década Mundial de Ações de Segurança no Trânsito”, em defesa da vida dos brasileiros e estrangeiros que se utilizam das vias terrestres, abertas à circulação pública do território nacional, vimos propor aos senhores:

1º - Foi criada uma comissão permanente para acompanhar a tramitação desta Carta junto aos órgãos elencados que consideramos responsáveis pelos cidadãos deste País. Assim, doravante vamos aguardar, acompanhando as providências que estes deverão tomar para atendê-las.

2º - a) Foi criada uma segunda comissão, esta de Comunicação, para elaborar uma campanha nacional de combate às mortes no trânsito baseada no Artigo 320 da Lei 9.503 onde ressalta que: A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.

Parágrafo único - O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito. E sendo assim, urge a disponibilização de recursos para uma campanha nacional de trânsito para reduzirmos o máximo possível as 60 mil mortes causadas por ano.

- b) Exigimos total transparência das aplicações dos recursos independente do tamanho do município e que essas aplicações sejam disponibilizadas através de um portal na web como já ocorre com as contas dos municípios.

3º - A exemplo do que ocorre com o cigarro (campanhas contra o fumo) a exposição em garrafas de bebidas alcoólicas com fotografias de eventos de trânsito provenientes do uso de bebidas alcoólicas.

4º - Propor que a educação no trânsito torne-se matéria obrigatória na grade curricular das escolas.

5 - Propor ao tribunal de contas que adote providências junto aos gestores públicos municipais com relação ao cumprimento da Lei 9.503/97 - municipalização do trânsito.

6º - Propor ao Ministério Público que adote providências legais cabíveis junto aos gestores públicos municipais, com relação ao cumprimento do Artigo 129 da Lei 9.503/97, que assim dispõe: “O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana, dos ciclomotores e dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários.”

7º - Cobrar dos municípios o emplacamento dos veículos ciclomotores sob pena de perder verbas federais.”

Ao final, o presidente da FENASDETRAN, Mário Conceição, exortou os congressistas a não encerrarem os trabalhos naquele momento e, sim, considerarem aquele momento como “o início do trabalho principal, que é colocar em prática os temas discutidos nos trabalhos do Congresso”, no que foi aplaudido entusiasticamente.

Na foto abaixo este blogueiro ao lado de Mario Conceição, presidente da FENASDETRAN, por ocasião do 8º Congresso Trânsito e Vida.
E você, caro leitor do blog Direito de Ir e Vir,o que acha das propostas descritas acima? Você é contra ou a favor da inserção de fotos de tragédias de trânsito nos rótulos de bebidas alcoólicas?

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CAMINHONEIRO QUE SE CHOCOU COM BÚFALO NA ESTRADA SERÁ INDENIZADO

Um criador de búfalos do interior gaúcho terá que pagar indenização de R$ 112 mil a um caminhoneiro catarinense que se chocou em uma rodovia com um búfalo que havia sido atropelado anteriormente por um ônibus. A decisão é da 6ª câmara de Direito Civil do TJ/SC, que manteve sentença da 2ª vara Cível de Araranguá/SC.
O animal fugiu do cercado montado por seu proprietário e foi para a rodovia, momento em que foi atropelado por um ônibus. Minutos depois, o caminhão do autor chocou-se contra o búfalo estendido no asfalto, ocasionando danos materiais no veículo.
O dono do animal argumentou que o episódio é consequência de força maior, já que, embora tivesse cercado o local onde criava os búfalos, um deles escapou e invadiu a rodovia, o que causou o acidente que resultou nos danos materiais.
Em sua decisão, o desembargador Ronei Danielli afirmou que as cercas "não foram suficientes para evitar que o animal saísse do local a ele destinado e invadisse a rodovia, ocasionando o acidente, havendo manifesta culpa in vigilando, e exsurgindo o dever de reparação".
Segundo o desembargador, a questão não reclama maiores digressões, na medida em que o art. 936 do Código Civil estabelece que "o dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior".
O magistrado ainda destacou que o criador nem sequer trouxe aos autos prova de que os gastos apontados como necessários para a recuperação do caminhão não estavam relacionados ao acidente.
Clique aqui para ter acesso ao processo.

    segunda-feira, 21 de outubro de 2013

    CELULAR E TRÂNSITO: UMA MISTURA PERIGOSÍSSIMA!

    Desde outubro de 2010, o Brasil tem mais celulares do que pessoas. Hoje em dia, para cada 100 habitantes no país, há aproximadamente 135 celulares, e esses números se refletem em várias áreas, mas mais especificamente no trânsito.

    Pensando nesse e em outros problemas, a ONU proclamou em 2011 a Década de Ação pela Segurança no Trânsito e lançou um desafio para os países: reduzir em até 50% o número de mortes no trânsito em um prazo de 10 anos.

    O Governo Brasileiro respondeu esse desafio com o lançamento do PARADA – Pacto Nacional pela Redução de Acidentes. O pacto é uma série de ações para educação, capacitação, conscientização, sensibilização e promoção de mudanças de atitude no trânsito. A campanha de Celular é um desdobramento do PARADA, e tem como objetivo diminuir o perigoso hábito de utilizar o celular no trânsito.

    A campanha “Parada Celular 2013” se utiliza de algumas situações de risco para retratar o quão absurdo é o hábito de usar o celular no trânsito: um açougueiro cortando carne enquanto fala ao celular; um marceneiro utilizando uma motoserra também falando ao celular; e uma médica operando um paciente atendendo ao telefone. Todas essas situações remetem ao risco de se realizar algo potencialmente perigoso prestando atenção em outra coisa. Na sequência vemos que a distração causada pelo celular no trânsito pode causar acidentes perigosíssimos, que podem ter como resultado o óbito de quem usa o celular ou de outras pessoas no trânsito.

    Vale a pena assistir e refletir acerca dessas questões, a partir do vídeo abaixo:

    sexta-feira, 18 de outubro de 2013

    USO DE "REBITE" ELEVA A INSEGURANÇA NAS RODOVIAS BRASILEIRAS

    Consumo de anfetaminas para espantar o sono dos motoristas é associado a inúmeros desastres

    Fazer mais de 1,5 mil quilômetros em menos de um dia foi o tema que tornou o filme Corrida contra o Destino, da década de 1970, um cult entre os cinéfilos. A estratégia para tentar superar o desafio, adotada pelo personagem Kowalski, motorista de um Dodge Challenger, é se entupir de anfetaminas. Apesar de ser uma obra de ficção, situações parecidas são verificadas nas estradas brasileiras constantemente. No cenário nacional, essa prática é frequentemente vinculada aos caminhoneiros, e as anfetaminas são mais conhecidas pelo seu popular apelido: rebite.

    São inúmeras as dificuldades para combater o uso dessa droga, entre as quais estão a limitação do número de policiais rodoviários e a dificuldade para confirmar o consumo (não há um equipamento similar ao bafômetro para detectar o uso de anfetaminas). As apreensões normalmente são feitas ao flagrar o motorista transgressor com as cápsulas nas cartelas.

    De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o portador dos rebites responderá à Justiça conforme for o “enquadramento” dado pelo delegado, que pode ser análogo ao tráfico de drogas e entorpecentes ou contrabando. Dentro dos levantamentos realizados pela PRF, não há uma estatística sobre as apreensões de rebites apenas, mas consta o item anfetaminas e barbitúricos (sedativos) - as informações apontam um total de 118.107 unidades apreendidas no ano passado contra 274.250 em 2011.

    Um dos estados que decidiu enfrentar esse problema foi Santa Catarina. O inspetor e chefe do Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal catarinense, Luiz Graziano, afirma que a região registra um elevado número de acidentes, muitos deles envolvendo veículos de cargas. “Vários incidentes são causados, ainda que muitas vezes não se possa comprovar, porque os motoristas acabam dirigindo por várias horas sob o efeito de cocaína e de anfetamina”, lamenta Graziano.

    Nesse contexto, a PRF catarinense decidiu intensificar a fiscalização. “Estamos fazendo isso, dentro das nossas limitações”, diz Graziano. Segundo o inspetor, não se consegue “pegar mais” por falta de efetivo. Mas o policial atesta que o uso de rebite é bastante comum por parte dos condutores de veículos de carga. Uma prova disso foi dada na manhã da última quarta-feira de setembro, quando a PRF de Itapema flagrou dois caminhoneiros com posse de rebites e apreendeu 69 comprimidos.

    A primeira abordagem ocorreu às 11h20min e foram confiscados 51 comprimidos de um motorista de 37 anos que conduzia um VW/24.250 CLC, de Santa Catarina. Aproximadamente 20 minutos depois, foi fiscalizado um Ford/Cargo 2428, do Paraná, e retidos mais 18 comprimidos com um caminhoneiro de 32 anos.

    Graziano informa que o número de apreensões envolvendo anfetaminas, barbitúricos e ecstasy em Santa Catarina, até outubro, superou 3 mil, o que abrange cerca de 600 motoristas. Ele explica que o senso comum indica que o caminhoneiro autônomo abusa mais da droga, pois tem que fazer mais viagens para pagar a prestação do caminhão, o que não ocorre com o empregado de transportadoras. Contudo, Graziano diz que, na prática, isso não ocorre. Isso porque o empregado ganha pela sua produção, sujeitando-se a trabalhar mais para melhorar a remuneração. “Todo mundo fala que o autônomo é o que mais usa, mas temos flagrado muitos motoristas de empresas, empresas grandes, fazendo uso dos rebites.”

    O ideal para o policial seria que pessoas expostas publicamente, como é o caso dos caminhoneiros responsáveis por um veículo de várias toneladas, tivessem que realizar testes para verificar se ingeriram drogas para dirigir. Graziano acrescenta que alguns motoristas de ônibus também consomem rebites e estão transportando dezenas de vidas. “A responsabilidade começa lá na família, passa pela empresa e a polícia tenta fazer a sua parte, mas a gente não consegue flagrar todo mundo”, enfatiza.

    A recente norma que disciplina a carga horária dos motoristas profissionais (Lei nº 12.619/12), impondo limites ao tempo de direção, é uma das ferramentas que podem contribuir para desacelerar o consumo de rebites nas rodovias brasileiras. A lógica é simples: se o caminhoneiro for obrigado a parar e descansar, não há razão para utilizar uma substância capaz de deixá-lo por mais tempo em vigília.

    No entanto, a norma precisa ser cumprida para que seus efeitos sejam percebidos. O presidente do Sindicato dos Empregados no Transporte Rodoviário de Carga Seca do Estado do Rio Grande do Sul (Sinecarga), Paulo Barck, admite que o uso do rebite ainda é uma prática muito adotada entre os motoristas. “Mesmo com o advento da lei 12.619, poucas empresas estão adotando um controle de jornada mais rígido”, alerta o dirigente. E, conforme Barck, na questão dos autônomos, “não dá nem para falar, estão direto, sem cumprir o limite de direção”. O presidente pondera que isso ocorre devido ao autônomo ser o seu próprio patrão.

    Barck afirma que certamente a maioria dos acidentes que envolvem veículos de carga é causada pelo excesso de jornada e pelo cansaço dos motoristas. “As pessoas não se conscientizaram de que não é só o ganhar mais”, lamenta o presidente do Sinecarga. Ele destaca que muitos empregados estão reclamando da nova lei, pois não querem permanecer em determinados locais descansando.
    Para o sindicalista, o emprego de anfetaminas é causado pela pressão de horários e por lucros maiores. Ele revela que os motoristas adquirem os rebites, muitas vezes, em tendas de frutas e postos de combustíveis localizados à beira das rodovias. Normalmente, o usuário mistura a droga com álcool, Coca-Cola, energético ou café para potencializar os feitos. Barck acredita que o nome rebite deriva do verbo arrebitar, tornar-se ativo.

    “O problema do rebite é o seguinte: você aguenta dois dias e duas noites, depois você apaga, vai dormir 12 horas ou mais, imagina isso acontecendo no meio de uma rodovia”, alerta. O dirigente enfatiza também que as baladas seguras (blitze que checam se os motoristas beberam álcool antes de conduzir o veículo) existem nas grandes metrópoles, dentro das cidades, mas são inexistentes nas estradas.
    Controle permite detectar os abusos

    Qualificar e educar os motoristas são maneiras de tentar impedir que esses profissionais acabem empregando rebites em suas viagens. O diretor do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), Carlos Becker Berwanger, acredita que o condutor profissional tem hoje uma visão diferente, principalmente os que participam de palestras e cursos de empreendedorismo. O dirigente informa que os cursos de qualificação do Sest e Senat abrangem conversas quanto ao consumo de álcool, de fumo e de outras drogas. Assim como são feitas sugestões quanto à qualidade de vida, postura ao volante e atividade física. “Há inúmeros temas quanto à saúde do motorista”, salienta Berwanger. O cuidado das empresas contratantes também é outra forma de coibir a utilização de anfetaminas.

    O coordenador de Logística da Braskem Unib-RS, João Batista Dias, admite que não há como saber se um motorista fez uso dos rebites. Contudo, há atitudes que podem ser tomadas para diminuir as chances de o profissional adotar essa prática. Ele destaca que a Braskem não permite que os caminhões das transportadoras contratadas movimentem as suas cargas durante a maior parte do período da noite, entre 22h e 6h. Com isso, reduz a possibilidade de ocorrer uma das dificuldades que leva às anfetaminas: o sono. Todos os veículos são rastreados e, ao final do mês, é apresentado um relatório, por caminhão e motorista, apontando se houve transgressões aos horários impostos.

    Dias acrescenta que a companhia também adota uma série de programas de segurança. As transportadoras são certificadas pelo Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade (Sassmaq), da Abiquim, voltado à movimentação de produtos perigosos, e pelo programa Transportadora da Vida da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga e do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs). Esse projeto prevê visitas de diagnóstico para conhecer a realidade da empresa e os principais agentes em cada organização. Também acontecem visitas técnicas, que oportunizam trocas de experiências entre as transportadoras. No fim de cada ano, o programa Transportadora da Vida certifica as companhias que investem na segurança e no desenvolvimento do seu capital humano e social.

    De acordo com Dias, a atenção no transporte de químicos é essencial. Isso por se tratarem de produtos inflamáveis ou tóxicos como, por exemplo, solventes. A Braskem, na sua operação com produtos perigosos no Brasil, efetua diariamente em torno de 250 carregamentos. “Perder a carga não é o problema, o problema é o que a carga pode causar”, diz o dirigente.  
    Psicoativos causam vício e outras doenças

    Além dos riscos de acidentes nas estradas, o consumo de anfetaminas pode induzir o indivíduo ao vício. O alerta é feito pelo psiquiatra e coordenador do ambulatório de dependência química do Hospital São Lucas da Pucrs, Pedro Eugênio Ferreira. O também professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Pucrs detalha que o usuário desenvolve tolerância à substância, levando a um consumo de doses cada vez mais elevadas para afastar o sono e manter o estado de alerta na direção. Outros malefícios são os efeitos psíquicos, podendo implicar psicose, mania de perseguição, agressividade e provocar alucinações.

    Ferreira confirma que, frequentemente, o rebite é misturado com álcool. “O álcool aumenta a toxidade, entretanto, também intensifica o tempo de efeito psicoestimulante das anfetaminas”, explica o psiquiatra. A droga pode causar taquicardia, arritmia, pressão alta e acarretar isquemias de artérias cerebrais, gerando AVCs, provocar infarto do miocárdio, desmaios, convulsões e até mesmo a morte.

    O médico ressalta que, normalmente, o uso dos rebites tem como objetivos acabar com o sono, o cansaço e manter o motorista alerta. Aparentemente, é uma coisa cativante, pois o sujeito produz mais e se cansa menos, porém, o usuário não sabe que isso é somente no início e que depois ele desenvolverá os problemas. “Imagina alguém tendo uma convulsão dirigindo um caminhão, um veículo pesado”, alerta o médico. Ele acrescenta uma preocupante indagação a esse cenário: quantos motoristas podem ter sofrido um estado de mal epilético induzido por rebites, e provocado acidentes?

    Como não é praxe realizar exames aprofundados para verificar o cérebro e o coração do condutor falecido, muitas causas de acidentes podem ter sido atribuídas, equivocadamente, a distrações ou imprudências.

    Ferreira esclarece que, usualmente, pessoas que são dependentes de substâncias psicoativas, como os rebites, só procuram ajuda quando estão “no fundo do poço”. Isso ocorre em caso de um acidente, quando o tóxico é detectado em algum exame ou quando o indivíduo é apanhado em uma barreira policial. Outro fator que leva à procura do auxílio são os problemas de saúde, como isquemias cardíacas, convulsões e alucinações.

    O psiquiatra diz que é possível perceber se alguém tomou rebite pela irritabilidade. O usuário também entra em um estado de alerta inicial e, depois, cai em uma sonolência profunda. Nota-se ainda alteração do juízo crítico, ficando imprudente e impulsivo, podendo causar brigas no trânsito. Ferreira reitera que essas drogas são extremamente perigosas para a saúde física e mental. O médico defende que é preciso haver uma fiscalização mais eficaz nas rodovias e que sejam verificados sinais de intoxicação por essas substâncias, além do álcool.


    Créditos para: MARIO ÂNGELO/SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO/JC

    segunda-feira, 14 de outubro de 2013

    PIAUÍ: GOVERNADOR AUTORIZA COMPRA DE MAIS ÔNIBUS ESCOLARES E BICICLETAS

    O governador Wilson Martins autorizou a compra de mais 100 ônibus escolares e 10 mil bicicletas para reforço do programa de apoio ao transporte escolar no Piauí. O novo lote vai garantir que qualquer aluno que more há mais de quatro quilômetros da escola possa se deslocar para as aulas sem maiores atropelos.
    Na primeira etapa, o Governo do Estado adquiriu 225 ônibus e 70 mil bicicletas, veículos que estão sendo distribuídos gratuitamente em escolas públicas estaduais e municipais. Cada ônibus custou cerca de R$250,5 mil. Já a bicicleta custa R$ 351.
    Os ônibus distribuídos pelo governo são da marca Mercedes Benz, têm direção hidráulica, estação elevatória e capacidade para 55 pessoas, incluindo cadeirante. Todos os equipamentos do veículo são verificados e certificados pelo Instituto de Metrologia do Piauí (Imepi). O governo já entregou cerca de 200 ônibus.
    O programa Pedala Piauí, por sua vez, distribuiu até agora cerca de 10 mil bicicletas, beneficiando também alunos da rede pública de ensino, garantindo uma maior presença dos estudantes na sala de aula.
    Na primeira etapa do programa foram compradas 70 mil bicicletas da marca Houston. Nas escolas que já contam com o serviço, professores e diretores asseguram que houve um significativo aumento na presença dos alunos em sala de aula.

    quarta-feira, 9 de outubro de 2013

    NO DIA MUNDIAL DO HABITAT, ONU DESTACA USO DE MEIOS DE TRANSPORTE SUSTENTÁVEIS

    Em toda primeira segunda-feira de outubro é comemorado o Dia Mundial do Habitat e, nesse ano, as Nações Unidas resolveram incentivar as prefeituras a ampliar o acesso aos transportes sustentáveis, como andar a pé ou de trem, ônibus e bicicleta.
    “O transporte urbano é uma importante fonte de emissão de gases causadores de efeito estufa e de problemas de saúde devido à poluição atmosférica e sonora”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua mensagem para a data, cujo tema este ano é a mobilidade urbana.
    O rápido crescimento das cidades tem levado a um aumento do uso de veículos motorizados, especialmente em países em desenvolvimento, muitos dos quais estão se esforçando para atender a demanda de investimento em transporte.
    “A mobilidade não é apenas uma questão de construção de estradas mais largas. É uma questão de fornecer sistemas adequados e eficientes que atendem a maioria das pessoas, na melhor das hipóteses, de forma mais equitativa”, disse Ban. “Isso inclui encorajar a transição do uso do carro para trens, ônibus e bicicletas e estimular os pedestres com calçadas bem iluminadas”, acrescentou.
    Além dos efeitos ambientais negativos, Ban observou que milhões de pessoas não podem utilizar o transporte público ou privado devido ao custo, pessoas com deficiência e idosos são regularmente excluídos devido à falta de acessibilidade e mulheres, jovens e minorias estão preocupados com a segurança nesses meios de transportes.
    O diretor executivo da ONU-Habitat, Joan Clos, também divulgou uma mensagem para marcar a data. Nela, Clos enfatizou que os custos dos carros se tornaram “abundantemente aparentes, incluindo expansão urbana, poluição atmosférica e sonora, alterações climáticas, acidentes em estradas e a separação física de pessoas por classe e raça”.
    “Ao otimizar as densidades urbanas e minimizar as zonas, nós começamos a fazer as cidades trabalharem para os seus cidadãos; a proximidade de bens e serviços explora as vantagens urbanas e incentiva investimento e oportunidade”, disse Clos. “Cidades compactas, bem desenhadas também podem ser mais limpas e ter menos impacto sobre o ambiente”, acrescentou.

    sábado, 5 de outubro de 2013

    PESQUISA MOSTRA QUATRO TIPOS DE CICLISTAS

    Resultados do estudo realizado em Montreal, no Canadá, podem guiar gestores públicos no planejamento de cidades que correspondam às demandas de mobilidade da população

    Uma pesquisa feita na Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, mostrou que por lá circulam quatro tipos de ciclistas: os usuários de ciclovia; os ciclistas dedicados; os "usuários de bom clima" (em tradução livre para fairweather utilitarians); e os ciclistas a lazer.

    O estudo, coordenado pelos pesquisadores Ahmed El-Geneidy, Michael Grimsrud e Gabriel Damant-Sirois, foi realizado com 2 mil ciclistas que responderam a um questionário bilíngue online. Os resultados, segundo os pesquisadores, podem ajudar a "guiar planejadores urbanos, engenheiros de transporte e gestores públicos a reconstruir cidades que respondam às novas demandas de locomoção".

    Cada tipo

    Os usuários de ciclovia formam o maior dos quatro grupos, com 36% dos ciclistas pesquisados. Segundo o estudo, eles são motivados a pedalar pelo prazer que a bicicleta proporciona, pela conveniência e pelo senso de pertencimento a um grupo que o ato de pedalar lhes oferece. Eles preferem usar as rotas contínuas e segregadas da ciclovia em vez de pedalar na rua em meio aos carros.

    Os ciclistas dedicados representam 24% dos pesquisados. Eles gostam da velocidade, felxibilidade e previsibilidade dos deslocamentos feitos com bicicleta. Gostam de pedalar entre os carros, não se importam com o mau tempo e não ligam para ciclovias. Para essas pessoas, dizem os pesquisadores, usar a bicicleta é parte importante de sua identidade.

    Os usuários de bom clima são os 23% dos ciclistas que só gostam de pedalar quando as condições climáticas são favoráveis. Costumam usar ciclovias, mas não chegam a se considerar ciclistas. Se chove ou neva, imediatamente escolhem outro modal de transporte o deslocamento.

    Por fim, há os ciclistas a lazer, que representam 17% dos pesquisados. Eles pedalam por diversão, e não tanto para se deslocar de um ponto a outro. Gostam de segurança, e por isso preferem pedalar pelas ciclovias, especialmente se estão acompanhados por pessoas da família.

    Para ler a pesquisa completa (em inglês) clique aqui.

    Fonte: Revista Época.

    sexta-feira, 27 de setembro de 2013

    IGNORANDO AS INTEMPÉRIES E EDUCANDO PARA O TRÂNSITO

    Da Creche Helena Pontes, Quixeramobim/CE, recebi convite para, mais uma vez, participar de uma conversa com as crianças e, também, de uma caminhada em prol da educação para o trânsito, idealizada pelas educadoras atuantes naquela unidade. A mencionada creche desenvolve, há mais de um ano, projeto voltado a sensibilizar as crianças que por lá são atendidas. Já testemunhei, participei e até postei aqui no blog um registro desse trabalho que a equipe de profissionais da Creche Helena Pontes resolveu abraçar.
    Assim sendo, compareci hoje (27/09/2013) à Creche Helena Pontes e, mais uma vez, pude constatar a dedicação daquelas educadoras. Participei da caminhada, conversei com as profissionais e, em particular troquei algumas ideias com a Coordenadora da unidade educacional, a pedagoga Aurelina Oliveira. Em momento algum ela me falou a respeito das dificuldades para desenvolver seu trabalho, contudo, não posso deixar de comentar, existem deficiências estruturais visíveis, a começar pelo próprio prédio...

    No que se refere aos quesitos boa vontade, abnegação, profissionalismo e, sobretudo, perseverança, a creche é muitíssimo bem servida! 
    Da visita à Creche Helena Pontes, de tudo que mais uma vez testemunhei e, principalmente, da prosa com a amiga Aurelina, pude concluir que não é razoável que esperemos condições ideais para seguirmos com uma missão (sobremaneira quando acreditamos no que fazemos!). É levá-la adiante, ignorando as intempéries e desbravando o território hostil das inúmeras dificuldades que abriremos clareiras e a luz brilhará... 
    Deixo, para reflexão, mais uma do mestre Rubem Alves (dessa feita, no livro Do universo à jabuticaba): “Os saberes são navios. Para se construir navios é preciso ciência. [..] A ciência é filha dos sonhos. Caravelas não se fazem sem recursos econômicos. Mas recursos econômicos não fazem caravelas. Educação não se faz sem recursos econômicos. Mas recursos econômicos não fazem educação”. O SONHO É IMPRESCINDÍVEL...



    FILHAS SÃO INDENIZADAS PELA MORTE DOS PAIS EM ACIDENTE

    "Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim"...
    Citando em seu voto a música que Sérgio Bittencourt fez para o pai falecido, Jacob do Bandolim, o desembargador André Leite Praça acatou em parte recurso de ação indenizatória por danos morais e materiais das duas filhas de um casal que faleceu em decorrência de um acidente de trânsito. A 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou R$200 mil para a indenização por danos morais.
    Em 12 de junho de 2011, os pais de A.B.S. e E.V.S. viajavam na rodovia MG 050 no sentido Divinópolis-Formiga quando bateram de frente com outro carro que trafegava no sentido contrário ao desviar de uma vaca. Os dois morreram no local do acidente.
    A concessionária da rodovia MG-050 Nascentes das Gerais alegou que não há como imputar à concessionária a responsabilidade por danos causados pela invasão de animais na pista, pois seria impossível fiscalizar a rodovia em todos os pontos simultaneamente, durante 24 horas todos os dias. E sustentou ainda que não houve comprovação de que o acidente tenha ocorrido pela existência de animal na pista, o que afastaria sua responsabilidade.
    Em Primeira Instância, o juiz da comarca de Formiga condenou a empresa a indenizar R$80 mil para cada uma das filhas do casal, mas não acatou o pedido de pensão mensal.
    Insatisfeitas as partes recorreram. O relator, desembargador Leite Praça acatou parcialmente o pedido das filhas aumentando a indenização para R$100 mil a cada uma, pois entendeu que houve negligência da concessionária em seu dever de fiscalizar. A prova documental demonstra que o acidente, de fato, foi ocasionado pela invasão da pista por uma vaca, confirmou o relator.
    E continuou, os filhos que perdem os pais em um acidente trágico e violento, como o que ceifou a vida das vítimas, sofrem uma dor e uma perda moral irreparáveis. Em casos como ora em julgamento, o dano moral resultante da morte do ente querido é presumível.
    Com relação ao pedido de pensão mensal, o desembargador entendeu que o pedido não deve ser acatado pelo fato de as filhas das vítimas serem maiores e exercerem atividade remunerada - professora e vendedora, respectivamente.
    Os desembargadores Evandro Lopes da Costa Teixeira e Eduardo Mariné da Cunha votaram de acordo com o relator.

    Veja aqui o acórdão. Para ouvir a música música de SÉRGIO BITTENCOURT, imortalizada na voz de NELSON GONÇALVES (citada na decisão comentada neste post), clique aqui.

    segunda-feira, 23 de setembro de 2013

    AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO: FUNÇÃO DAS MAIS RELEVANTES

    Agente Suzianny, DMT de Jaguaribe

    Por força da Lei Federal nº 12.821/2013, de 5 de junho deste ano, fica instituído o dia 23 de setembro como o Dia Nacional dos Agentes da Autoridade de Trânsito. A homenagem é das mais justas e a data, como se percebe, está inserida na Semana Nacional de Trânsito, que é comemorada anualmente no período de 18 a 25 de setembro, conforme prevê o vigente Código de Trânsito Brasileiro (art. 326).

    Tecnicamente falando, o Agente da Autoridade de Trânsito é a “pessoa, civil ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento” (Anexo I do CTB). É o profissional atuante em umas das atividades mencionadas no conceito supra.
    Agentes do DEMUTRAN de Aracati, em palestra que proferi naquela cidade, por ocasião da Conferência da Cidade (2013)
    Em se tratando de servidor civil atuante na fiscalização, o Agente da Autoridade de Trânsito, ou simplesmente Agente de Trânsito, é bastante conhecido, verdadeiramente popularizado, pela expressão “guarda de trânsito”. Em alguns municípios, é identificado, também, pela cor do uniforme que ostenta: “azulzinho”, “marronzinho” etc.
    Agente Edson, AMTQ, Quixeramobim
    Em tese, todo Agente de Trânsito é um técnico dos mais qualificados. A dificílima missão que lhe é atribuída assim o exige. Digo dificílima, pois, em um país onde ainda há uma prevalência muito forte da “cultura de Gérson” (apregoando que “o mais importante é levar vantagem”) e onde em cada esquina pululam “autoridades” (os senhores do “você sabe com está falando?”) cometendo infrações e dando péssimos exemplos, fiscalizar condutas e exigir o cumprimento de normas, soa, para muitas pessoas, como verdadeira afronta.

    Para concluir, desejo a você, amigo ou amiga Agente de Trânsito, que as contrariedades e as dificuldades vivenciadas no exercício de sua importante missão sejam raras. Tão raras quanto encontrar um condutor ou proprietário que, uma vez flagrado cometendo infração de trânsito, admite a falha e, de bom grado, compreende e aceita que você exerça o seu papel.

    Ao mesmo tempo, torço para que as alegrias e, quem sabe, até mesmo o seu salário, sejam multiplicados pelas vezes que você já foi obrigado(a) a ouvir argumentos falaciosos (ou, para ser mais direto, desculpas esfarrapadas, mentiras) por parte de condutores distraídos, descuidados, desavisados ou, simplesmente, mal-educados mesmo, que você já abordou e que ainda há de abordar.    

    Forte abraço.                

    domingo, 22 de setembro de 2013

    “TRÂNSITO É A ‘ARMA’ QUE MAIS MATA”

    De Votuporanga, localizada na região noroeste do Estado de São Paulo, próxima à cidade de São José do Rio Preto (86 Km) e distante cerca de 520 Km da capital do Estado, recebo e reproduzo notícias alentadoras para os familiares de vítimas da violência no trânsito e, por extensão, para todos aqueles que militam em defesa de um trânsito mais seguro:
    O promotor José Vieira da Costa Neto já realizou três júris de casos envolvendo mortes no trânsito. Em todos, conseguiu a condenação dos acusados.

    Em julho deste ano, a Justiça de Votuporanga condenou Devanir Aparecido Galvani a nove anos de reclusão, em regime inicial fechado. Por dirigir embriagado, serão seis meses de detenção em regime inicial aberto, além de indenizar à família da vítima em R$ 100 mil, e R$ 50 mil às demais vítimas, cada um. 

    Ele foi considerado culpado pela morte de Aline Costa da Silva, 12 anos, e por cinco tentativas de homicídio contra demais familiares que estavam no mesmo veículo. 

    O acidente aconteceu em 12 de julho de 2009, às 18h20, na vicinal Antônio Pimentel, que liga à rodovia Euclides da Cunha (SP-320), em Valentim Gentil. Aline estava em um carro com a família que capotou e colidiu com árvores. O Ministério Público sustentou a acusação de que Galvani estava sob o efeito de álcool, agindo com dolo direto ou eventual, assumindo o risco de dirigir um automóvel. 

    Neto contou que durante sua experiência nos tribunais, este foi um dos júris mais emocionantes em sua carreira, uma vez que estava envolvido no processo desde o fato. 
    O promotor destacou que todos devem estar atentos no trânsito, pois muitos estão morrendo ou tirando a vida do semelhante. “Existem várias armas para se matar, mas o trânsito é o que está mais tirando a vida das pessoas”, disse.

    Sobre o júri em questão, ao pedir a condenação para os jurados, disse que quem sairia ganhando seria a sociedade como um todo. “E que atitudes como estas sejam copiadas pelos demais promotores, porque é doloso sim. A cada dia acontece muitas coisas. As pessoas não se intimidam e cometem mais crimes. Este júri é uma resposta á sociedade de que tem que ser criado algo”, disse.

    Júris envolvendo vítimas de acidente de trânsito

     Em 2007, Oscar Rodrigues da Silva foi condenado por ter atropelado e matado o policial rodoviário Carlos Magno do Carmo, em setembro de 2006, enquanto a vítima trabalhava na rodovia Euclides da Cunha (SP-320). Aires Moreira da Silva Júnior foi condenado a oito anos de prisão em regime semi-aberto em março de 2009, por ter matado Laerte Domingos de Moraes e Guilherme Reis de Moraes, respectivamente pai e filho, em junho de 2005, na mesma rodovia.

    Créditos para o Jornal A Cidade.

    sexta-feira, 20 de setembro de 2013

    FORD VENDERÁ BICICLETAS ELÉTRICAS NA REDE DE CONCESSIONÁRIAS

    Depois de dois anos de negociações, a Ford colocará em prática uma nova estratégia mundial da empresa de oferecer itens não automotivos nas concessionárias da marca que desejarem aderir ao plano de versatilidade de produtos e oferecer aos clientes o conforto de uma bicicleta elétrica.
    O oval Ford, no quadro da nova bike Villaggio, de origem italiana, impõem respeito ao produto, montado em São Paulo pela General Wings com componentes nacionais e chineses e preço de até R$ 4.500,00. Para Ricardo de Féo, diretor da empresa responsável pela produção, o projeto poderá evoluir pois estão em desenvolvimento  dois novos modelos inovadores: uma bike esportiva que poderá se chamar Mustang e outra dobrável para ser levada no porta-malas.
    O modelo Ford Villaggio, que pode chegar ao mercado no próximo mês, tem quadro de alumínio e peso total de 24 quilos dos quais 2,8 kg correspondem a bateria de lítio-ion de 36 volts, cuja autonomia, aproximada, é de 40 quilômetros. Uma das vantagens da bateria bivolt é que ela pode ser retirada da bicicleta e recarregada, em casa, em tomadas de 110 ou 220 volts. Com carga zerada, pode ser recarregada num período entre 4 e 6 horas, dependendo da voltagem utilizada.
    O motor elétrico da Ford Villaggio tem 250 watts de potência e é instalado na roda dianteira. Um painel digital, no guidão, permite desligá-lo ou ativar sua ajuda com opção de três níveis de potência: baixa, intermediária e alta, dependendo da situação de uso, como em piso  plano, subida leve e trecho mais íngreme.
    Ele entra em ação como complemento ao esforço do ciclista no pedal, no momento em que ele desejar. Outros detalhes importantes da bicicleta elétrica Ford Villaggio são: quadro de alumínio T6, painel de comando LCD que mostra a potência utilizada, velocidade, distância percorrida e nível de carga da bateria. A velocidade máxima é de 25 km/h, o câmbio é Shimano de sete velocidades, rodas aro 26 (tamanho único) e pintura nas cores branco pérola, grafite metálico e preto liso.
    Fotos: Divulgação

    quinta-feira, 19 de setembro de 2013

    O TRÂNSITO E AS "EXTERNALIDADES NEGATIVAS"...

    Vídeo bastante rico no que se refere ao poder de gerar reflexões sobre a violência no trânsito ("a realidade ácida") e outras formas de violência. Merece destaque a música utilizada como tema - trata-se de uma canção intitulada Everybody Hurts (Todo mundo se machuca), da banda R.E.M., conforme me esclarece o amigo José Antonio Klaes Roig, do blog Educa Tube -uma vez que suaviza um pouco a mensagem, fazendo interessante contraponto com a sequência de imagens.

    "JOEY!": AUSTRÁLIA E SUAS CAMPANHAS EDUCATIVAS IMPACTANTES...

    terça-feira, 17 de setembro de 2013

    AMC REALIZA CREDENCIAMENTO PARA O USO DE VAGAS ESPECIAIS DE ESTACIONAMENTO

    De 18 a 25 de setembro, a partir de 8h, na avenida Beira-Mar, a Unidade Móvel da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), realiza a emissão de credenciais para idosos e pessoas com deficiência visando a utilização de vagas especiais de estacionamento. A ação integra a programação da Semana de Mobilidade Urbana e Semana Nacional de Trânsito, da Prefeitura de Fortaleza. A credencial é emitida na hora, podendo ser utilizada imediatamente em qualquer veículo que o credenciado esteja trafegando.

    Para fazer o cadastro, a pessoa com deficiência tem que apresentar os seguintes documentos: fotocópia do laudo ou atestado médico atestando a deficiência, fotocópia do RG, fotocópia do CPF e fotocópia do comprovante de residência: água, luz ou telefone. Menores de idade precisam acrescentar a fotocópia do documento do responsável. O idoso precisa levar os mesmos documentos, com exceção do laudo médico.

    Fiscalização
    Nesta quinta-feira, 19, a partir de 15H, a AMC intensificará a fiscalização da ocupação irregular das vagas especiais de estacionamento na avenida Beira-Mar. Agentes de trânsito estarão no local autuando e rebocando os veículos que estiverem infringindo a legislação de trânsito.

    Serviço:
    Credenciamento de idosos e deficientes para uso das vagas especiais de estacionamento
    18 a 21 de setembro
    Local: Av. Beira-Mar, em frente à Estátua Iracema Guardiã
    Horário: 8h às 18h
    22 de setembro
    Local: Aterrinho da Praia de Iracema
    Horário: 8h às 12h
    23 a 25 de setembro
    Local: Av. Beira-Mar - Praça dos Estressados
    Horário: 8h às 18h