"O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem." (Rubem Alves)

sexta-feira, 15 de março de 2013

A BRIGA DAS BICICLETAS POR ESPAÇO NO TRÂNSITO MOTORIZADO

A escassez de oferta de vias seguras para circulação de bicicletas inibe o uso do veículo no dia a dia

Sem poluir o meio ambiente e promovendo a diminuição do sedentarismo das pessoas em uma sociedade cada vez mais tecnológica e motorizada, as bicicletas surgem como alternativa sustentável ao processo de melhorias na mobilidade urbana.

O problema é a falta de infraestrutura ideal para garantir a circulação segura do veículo no trânsito das grandes capitais. Em busca de alternativas, o grupo Ejesa, por meio dos jornais Brasil Econômico eO Dia, promove o seminário "Mobilidade Urbana", amanhã, em São Paulo.

Antes visto apenas como uma opção de lazer, as bicicletas ganharam importância como meio de transporte. Na Europa, os governantes investem pesado em vias específicas para turistas e moradores se locomoverem pedalando.

Copenhagen, na Dinamarca, e Amsterdã, na Holanda, viraram símbolos mundiais destas alternativas. Mas, até grandes cidades, como Paris e Barcelona, apresentam opções para os ciclistas.

No Brasil, as bicicletas ainda não ganharam apoio maciço das autoridades. Mas, há iniciativas de algumas prefeituras, como as do Rio de Janeiro e São Paulo, em parceria com o banco Itaú, que permitem o aluguel de bicicletas disponíveis em estações localizadas em pontos estratégicos da cidade. Trata-se dos projetos Bike Sampa e Bike Rio.

No entanto, a circulação das bicicletas se resume a trechos curtos das capitais, e pior, sem um espaço adequado. A grande discussão é se deve instalar ciclofaixas ou ciclovias para os ciclistas.

"A instalação de ciclofaixas exige um nível de investimento menor, mas a necessidade de educação no trânsito é muito maior para ter o respeito do ciclista. Quando você faz uma ciclovia como uma unidade separada, o investimento é muito grande, às vezes inviável, pois a malha viária já está pronta", explica Claudio Rosa Júnior, presidente da Kasinski, que produz bicicletas elétricas para tornar a viagem mais confortável.

Outro problema atual é que as ciclofaixas e ciclovias projetadas pelos governantes visam mais o lazer. São instaladas aos domingos e com a intenção de permitir a chegada aos parques. O objetivo dos usuários é copiar um modelo chinês de integração para tornar a bicicleta um transporte diário.

"Na China há ciclovias para distâncias maiores, mas ao chegar a um ponto específico, você tem acesso a ciclofaixas para áreas interna dos bairros", explica Rosa Júnior.

Créditos: Brasil Econômico - André Pires