"O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem." (Rubem Alves)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

BRASIL MATA 40 MIL NO TRÂNSITO EM 2010 E BATE RECORDE DE 15 ANOS

No ano passado, os acidentes de trânsito em estradas, ruas e avenidas deixaram 40.610 mortos no Brasil. Trata-se do maior número registrado pelo Ministério da Saúde em ao menos 15 anos.

Pelas estatísticas recém-compiladas pelo governo federal, 111 pessoas morreram por dia em acidentes em 2010, 8% mais que no ano anterior. Em dois dias, é suficiente para superar a quantidade de vítimas da queda do Airbus da TAM em 2007, maior tragédia da aviação brasileira.

As internações hospitalares de vítimas do trânsito também subiram -15%-, beirando 146 mil no ano. A escalada de mortes havia sido interrompida em 2009, primeiro ano completo após a Lei Seca, quando houve queda inédita na década.

No ano seguinte, a quantidade superou patamares anteriores. "Há uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito", diz Alexandre Padilha, ministro da Saúde.

A pasta atribui a elevação principalmente ao aumento -de 12%, em 2010- da frota de motos. Pelo segundo ano, as mortes de motociclistas superaram inclusive as de pedestres, sendo líder entre todos os tipos de vítimas cujos detalhes são conhecidos.

O ministério também diz que, ao longo dos anos, houve "melhoria estatística" -de casos que antes eram subnotificados. Porém, diz Padilha, só isso não justificaria as 3.016 mortes a mais de 2010 em relação ao ano anterior.

RESPONSABILIDADES

O balanço do ministério foi apresentado no Rio, no 18º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, realizado pela Associação Nacional de Transportes Públicos. Técnicos incluem, entre as explicações para a alta do número de vítimas, um provável relaxamento da Lei Seca.

O ministro reconhece que "há evidências de que é preciso intensificar" esse controle, porque a embriaguez é uma das principais causas de acidentes. Mas ele alega ser uma atribuição dos Estados. Especialistas também elencam ações sob responsabilidade do governo federal.

Em 2009, por exemplo, uma lei sancionada pelo presidente Lula regulamentou a profissão de mototaxista. A medida foi criticada por boa parte dos técnicos, pela avaliação de que estimularia a difusão desse transporte.

O governo também é criticado por incentivos à produção e venda de motos e pelo congelamento da arrecadação com multas de trânsito (que deveria ser investida em prevenção de acidentes).

Créditos: Portal Cidade Verde (http://www.cidadeverde.com)

4 comentários:

  1. Isso mostra que o atual código de trânsito está ultrapassado.
    É uma complicação para se conseguir a primeira habilitação, todavia não há uma fiscalização séria.
    Os motoristas bêbados matam no trânsito e "não dá em nada"....
    Paz e Bem!!!

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  2. Caro "Anônimo",

    Penso que o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) é uma lei que - não obstante algumas incoerências e alguns lapsos de uma técnica legislativa, no mínimo, questionável - atende, sobremaneira, na parte basilar do referido código - às necessidades de segurança do trânsito brasileiro.

    Não se pode olvidar, todavia, que a falta de "uma fiscalização séria" (utilizando-me aqui da expressão emitida por esse amigo), a qual fomenta a IMPUNIDADE, representa, indubitavelmente, um dos fatores preponderantes para o nível de violência registrado atualmente nas vias públicas brasileiras. É óbvio que fatores outros também funcionam como indutores dessa situação. Exemplos: a não assunção - por parte da maioria dos prefeitos - do dever legal de gerenciar o trânsito nos municípios; falta de seriedade, igualmente, no tocante à educação etc.

    Sugiro, por fim, a leitura do artigo publicado no Jornal Diário do Nordeste, disponível nos link's abaixo:

    http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=672736

    http://www.formadoresdeopiniao.com.br/index.php?view=article&catid=58%3Aeducacao&id=1295%3Aeducacao-o-transito&format=pdf&option=com_content&Itemid=71

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  3. Dizem que vivemos em um Estado Democrático de Direito. Direito de quem? Estão confundindo crescimento econômico com desenvolvimento sustentável. Será que as mortes e os danos causados no trânsito são sustentáveis? A Constituição Federal e o Códito de Transito Brasileiro são realment excelentes, mas não podemos esquecer que o ESTADO...Somos nós, pessoas que não querem cumprir o seu papel!

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  4. Caro amigo Miguel(?)¹, certamente a situação de violência no trânsito somente poderá ser "estancada" pela necessária conscientização do coletivo que perfaz esse ente abstrato a quem se convencionou denominar de "ESTADO". Estado esse de quem exigimos, de quem cobramos ações e reações as mais rigorosas, sempre na perspectiva de que sejam elas aplicáveis "aos outros" (aos "reles mortais"), enquanto o "eu" e os "meus" deveriam ser isentados ou, no mínimo, receber tratamento diferenciado (mais tolerante, mais compreensível, mais "camarada" etc.)desse mesmo Estado.

    Abraço e obrigado por opinar aqui neste espaço.

    Obs¹.: identificação deduzida a partir do endereço de e-mail.

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