"O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem." (Rubem Alves)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SEM CAPACETE, SEM CINTO DE SEGURANÇA: NAS RUAS


A reportagem abaixo versa sobre situação que há muito observo nos bairros periféricos de Fortaleza. Retrata a realidade dos locais onde a fiscalização de trânsito inexiste e, nesse ponto, reproduz perfeitamente a realidade dos municípios interioranos nos quais os prefeitos são extremamente resistentes à ideia de cumprirem a legislação de trânsito, criando e colocando para funcionar os órgãos ou entidades executivos(as) municipais responsáveis pela gestão de uma atividade que impacta fortemente a vida de todos. Destaque-se, entretanto, que - especificamente no Ceará - dentre os municípios que formalmente já assumiram essa responsabilidade - aderindo ao que se convencionou chamar "municipalização" - grande parte não o fizeram, ainda, de fato. São estruturas que existem apenas no plano dos "projetos" ou, de forma mais clara, na prática não fiscalizam nada, são totalmente inoperantes! Sem entrar, aqui, no mérito das outras atividades que também competem aos órgãos e entidades municipais de trânsito.     

Regras básicas de trânsito são desobedecidas de forma flagrante em bairros da periferia de Fortaleza

O motorista do transporte escolar não usa cinto de segurança. A aluna e o instrutor da autoescola também não. Os vidros vão abertos, nem se preocupam em esconder que o uso de cinto de segurança por condutores e passageiros é exceção. O capacete encontra, no máximo, o cotovelo dos motoqueiros.
Em outra cena, ainda sobre duas rodas, os pais até se protegem. Mas penduram a criança pequena na frente da moto. A frequência do desrespeito com as regras de trânsito denuncia que os motoristas dos bairros periféricos de Fortaleza não estão muito preocupados com as ações de fiscalização ou com a própria segurança.
O POVO observou cruzamentos e avenidas movimentadas em quatro bairros: Barra do Ceará, José Walter, Conjunto Ceará e Siqueira. Cada um revelou uma especialidade: na Barra do Ceará, os motoristas sem capacete brotavam nos semáforos. Os atendimentos de acidentados com motos no Instituto Doutor José Frota (IJF) chegou a 2.311 de janeiro a outubro de 2010.
No Siqueira e no Conjunto Ceará, eram os motoristas sem cinto. Em cinco minutos de contagem no encontro da avenida A com a avenida Ministro Albuquerque Lino, a central do Conjunto Ceará, O POVO registrou 17 condutores sem o cinto de segurança, contra seis com cinto. Em nove casos não foi possível determinar se o motorista estava protegido, por causa do vidro fumê.
Os moradores atribuem o descuido quase generalizado à “falta de educação”. Mas há os que se queixam da fiscalização de trânsito, que prioriza outras regiões da cidade. O moto-taxista Francisco José Ferreira da Silva, 39, morador do Conjunto Ceará desde criança, diz que os motoristas podem até melhorar o comportamento. Basta chegarem às áreas onde os agentes de trânsito estão mais presentes, como Aldeota e Centro. “Nos bairros mais afastados, o motorista é menos cobrado, menos fiscalizado. Nos outros lugares, você vê mais viaturas da AMC e o cara não vai arriscar levar multa por causa de um cinto”.

Estacionamento

No Conjunto José Walter, o canteiro da avenida D é estacionamento de carros e motos. É a mesma avenida do Hospital Distrital Gonzaguinha e da Escola Municipal de Trânsito do bairro. “Quando a AMC passa, o pessoal avisa e a gente tira. Até hoje não vi quem tenha sido multado”, conta o vendedor Rodolfo Hara, 25. A moto dele faz fila com as outras, no canteiro. “É porque não tem outro lugar para colocar e ali é sombra”, justifica.
O presidente da AMC, Fernando Bezerra, reconhece que o efetivo de agentes de trânsito não alcança com trabalho preventivo todos os bairros com uma frequência desejável. “Temos rotas que percorrem os bairros, mas verdadeiramente não temos condições de estarmos corriqueiramente em todos. Nos mais afastados, os problemas de trânsito são muito pequenos se comparados com outras áreas, como na Aldeota, Centro, avenidas Bezerra de Menezes, Gomes de Matos”, defende.
Ele acredita que, este ano, a AMC fará novas contratações de agentes, impulsionadas pelas obras que continuarão a se multiplicar na cidade, implicando em mais desvios de tráfego. No momento, ele diz que a Prefeitura está investindo em fiscais de outras áreas, como de serviços urbanos.

Onde

ENTENDA A NOTÍCIA
Longe dos bairros onde há rmais fiscalização, até as infrações nas ruas são mais flagrantes. Parece que o motorista circula por duas cidades: a da periferia, onde pode relaxar do que diz a legislação, e a da Aldeota.

Fonte: O POVO online - 09.02.2011

Em tempo: convido os agentes de fiscalização que porventura acessarem o blog para, no espaço destinado aos comentários, realizarem o enquadramento legal (à luz do CTB) diante da foto que ilustra esta postagem. Pessoal do DMT de Quixadá, Deijanete (DMT Iguatu), Kelber, Joaquim Filho, Renata (AMTQ) etc: é com vocês!

8 comentários:

  1. 01. Prezado Companheiro Luís Carlos,
    parabéns pela iniciativa do BLOG, bem como pela inestimável contribuição ao exercício da cidadania, ao compartilhar seus conhecimentos e observações sobre um tema e assunto que domina e entende com muita facilidade e propriedade!
    Voltarei outras vezes!
    02. No caso de hoje, é lamentável as pessoas, no Brasil, em especial no Nordeste não term noção
    Cordial e fraterno abraço
    Fiquemos com Deus,
    Paulo Duarte
    Advogado.

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  2. 'brigado meu bom amigo/professor, Dr. Paulo Duarte!

    Luís Carlos

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  3. o problema é q as pessoas andam do jeito que acham mais cômodo, sem imaginar que sai bem mais caro, pois uma vida não em preço. só colocam o capacete quando aparece uma fiscalização, só usam o cino quando vão passar "pelos guardas" e por aí vão... acham uma besteira tudo isso.E quantas vidas o cinto ou o capacete salvaram. mais prá quem realmente anda na linha já virou foi hábito é tudo muito natural.
    valeu, muito boa essa matéria.

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  4. FERNANDO IVO
    È complicado já q a falta de educação no trânsito vem de muito longe E VEM DE PAI PRA FILHO.
    ART 244v, 244II, 244I.

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  5. Verdade Fernando, vide mau exemplo na foto. Na realidade, é como falou a Ana, as pessoas estão mais preocupadas em burlar a fiscalização, aparecer (ou parecer) regular aos olhos dos agentes do que com a proteção em si.

    Luís Carlos

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  6. O problema não é só a falta de fiscalização, é também a falta de consciência deste(s) tipo(s) de condutor(es).
    Isto é um fato que não ocorre só com pessoas não habilitadas, mas também com pessoas habilitadas, que é o mais grave!
    No trânsito estamos sempre correndo riscos. Então, acho que não seja necessário agravar ainda mais essa situação, seja qual for a hipótese.
    Concordo com as infrações comentadas pelo meu amigo Fernando Ivo.
    JOSE HUGO

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  7. Uma frase deve, pelo menos deveria, nortear as ações de todos os condutores: ELIMINAR OS RISCOS!
    Em relação à autuação de infrações, se o agente primar pela educação deve autuar baseado na melhor caracterização, se optar pela segurança a autuação deve pautar-se na maior gravidade.
    Se o exemplo acima ocorresse diante de mim, durante o exercício da função, a autuação seria com base no art. 244, v do CTB, uma vez que a vida dessa criança deve ser levada em consideração, diante tamanha exposição ao perigo.

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  8. Dizer que não tem com quem deixar o filho, so tem esse transporte, não acontece comigo etc, são desculpas que muitos pais dizem ao cometerem esses tipos de infrações. Não se conscientizam-se de que uma vida esta em jogo e se enquadra-se na frase "o adulto não se educa se submete" não generalizando, por isso a autuação seria 244II.

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